segunda-feira, fevereiro 14

Lua de Sangue

Edward: Você Não Precisa ter o mesmo destino que o meu, Pensa bem, você tem Muita Vida pela Frente.
Bella: E vc acha que eu Vou conseguir viver assim, sendo Humana, Fraca & cheia de Limitações?
Edward: Pois, eu queria ser exatamente assim, Você devia amar Sua Vida
Bella: Eu Já  amo, amo com todo o meu Coração. Edward Cullen, Você é a Minha Vida, e eu não Posso viver sem ela.
Edward: Você anda Copiando as Minhas Frases, ein?
Bella: E vc anda Descumprindo os Nossos Tratos.
Edward: Vc tem certeza? Vai Doer.
Bella: Eu Não Posso Esperar mais Pra ser Feliz.

E assim a Transformação Foi Feita.

Voltas que a Vida Dá.

Cápitulo 3: É um novo amanhecer, é uma nova vida, pra mim, e eu estou me sentindo bem.

 Ao acordar, não precisei nem de despertador. Eu mesma me acordei, e a toda, como quase nunca acontece. Fui direto para meu banheiro e coloquei meu celular para tocar,o mais alto possível,All My loving do Beatles!
Ao descer o último lance de escada, preferi escorregar pelo corrimão, fazendo uma entrada triunfal de dar inveja a muita Team líder, na sala.
 - Que bichinho te mordeu, Linda? – Disse Sra.Pauling a me ver, descendo a escada daquele jeito.
- Nenhum Sra. Pauling! Só estou me sentindo bem disposta! Disse, andando até a cozinha, com a garra que eu estava, eu podia ir até correndo. - Bom dia! Sr. Pauling! Disse sorrindo.
- Bom dia! Flor do dia! – Disse Sr. Pauling, me dando uma xícara de café.
- Huum, pelo que vejo toda casa acordou bem!
- Era sobre isso, que iria falar com você, Linda! – Disse Sra. Pauling se aproximando de mim. – Nós vamos a uma audiência, agora, da Marinha, parece que finalmente vão pagar o que devem ao Meu Carl! – Ao finalizar a frase, a senhora passou a mão nos cabelos grisalhos do marido.
- É, minha filha! Finalmente vão me pagar o que devem! Disse o velhinho, pegando na mão da esposa.
- Fico muito feliz por vocês! – Disse maravilhada, com a presença de amor e união daquele casal.
- Ah, meu bem! E a senhorinha veio me abraçar.
- Vocês merecem! – Disse a ela.
- Vamos, amor! Não podemos nos atrasar! Tchauzinho, querida! – Disse o velhinho, cambaleando com sua bengala para fora.
- Ok! Filha, eu não pude fazer seu café, Mas á noite, prometo que faço um jantarzão!
- Não tem problema, senhora!
Despedimos-nos, com três beijinhos, e então ela se foi feliz da vida!
Fiquei sozinha na cozinha, observando os primeiros raios de sol, que de tão fortes inundaram a cozinha num banho dourado. Provavelmente teria sol, muito sol!
Fui a uma cafeteria, uma bem perto do trabalho, uma que o Ed. me indicou um dia desses. Tomei meu café tranquilamente, desfrutando uma enorme rosquinha e um ótimo café com leite, coisas q a Sra. Pauling, não faria pra mim, por ser muito gorduroso, só nos fins de semana.
Eu estava saindo da cafeteria,quando me deparei com ele,ele estava entrando e eu saindo pela mesma porta, o que fez nosso encontro provável. De ínicio  não olhei para seu rosto, só para seu peito, que ficou centímetros de mim. Mas,quando olhei para aquele rosto,aqueles olhos... O mundo parou, só existia eu e ele, era como se eu pudesse ver tudo claramente,como se uma janela tivesse sido aberta, trazendo muita luz para dentro da casa. Eu não desgrudei meus olhos dos deles em nenhum momento. O que me fez despertar de meu transe foi o martelar de meu coração em meus ouvidos.
- Ah, me desculpe! Disse ele sorrindo, tentando passar por mim, que tonta, cambaleei para o mesmo lado. Nós dois rimos, e então ele pegou minha mão e me conduziu até o outro lado, deixando a passagem ficar livre. E se virou pra mim, e beijou minha mão gentilmente, e disse: - Bom dia, senhorita! Eu apenas sorri encantada.
Então ele se virou, abriu a porta e seguiu seu destino, o mesmo que fiz ainda meio tonta. Meio segundo depois, do estranho me dar ás costas, eu me virei para olhá-lo de novo, e ele estava virado olhando pra mim também, eu coradíssima, apenas acenei, e ele fez o mesmo.

Fui para meu trabalho, com o lindo moço na cabeça, meu coração estava á mil por hora, como se ele fosse voar á qualquer momento, se eu  parasse de segura-lo no peito. O dia passou rapidamente, muito trabalho e pouca conversa o  que fez minha mente ficar lá na cafeteria, naquela hora da manhã, sendo que já eram seis da tarde. Na minha hora de descanso antes de sair, eu fiquei pensando, da onde o conhecia, pois minha mente me dizia que eu o conhecia, mas não sabia da onde. De repente voltou a minha mente, o sonho da noite passada, os olhos! Sim! Eu conhecia os olhos, e eram os mesmos olhos do estranho da cafeteria.
- Incrível! Disse maravilhada, pensando alto como sempre.
- Deu para falar sozinha agora, Srta. Hammer?
Levantei a cabeça rapidamente, pensando que era o Sr. Smith. E vi nada mais nada menos do que Edward parado a minha frente, com os dois braços cruzados.
- Edward! Que susto! Pensei que fosse o Dr.Smith! – Ao dizer o nome do chefinho, falei um pouco mais baixo. – E, aliás, o que o Doutor está fazendo aqui? Disse sorrindo abertamente
- Nossa!  você está ótima hoje! Disse, ele beliscando uma de minhas bochechas.
- Obrigada! Disse secamente. Será que ele não podia tirar o cavalinho da chuva?
- Bem, eu estava pensando... - Ele parou para analisar a expressão de meu rosto.
- Estamos ouvindo! Prossiga! – Disse sorrindo só com a boca.
- Tem um lugar aqui perto, que toca um som ótimo á noite, e como eu sei que você ama música, eu pensei se você não gostaria de ir, comigo, hoje?
Esse cara não tem limites, e do onde ele tirava tanta confiança depois de inúmeros foras meus? Acho que ele perdeu a noção do perigo! Recostei-me na minha cadeira, e olhei bem pra ele, e disse: Claro!
Você está falando sério? – Disse ele alto demais, para um hospital!
- Sim! Psiu! Abaixa o tom DE VOZ! – frisando as duas últimas palavras.
- Ok! Te pego ás 20:00!  Ele me olhou, e sorriu!
- Tudo bem! Então, ele se foi para seu consultório.
 Eu só fiz isso, por não ter uma opção melhor, ou eu ficava em casa, á noite, pensando no tal rapaz, e no que eu provavelmente deveria ter feito ou dito. Ou saia com Edward, me distraia um pouco e ainda me divertia com um amigo. Para não optar pela auto-flagelação, preferi um caminho mais tranqüilo com Edward!  Muito egoísta, muito mesmo!   

O expediente acabou, e minha folga logo começou. Era sexta-feira, o que era ótimo, pois não precisaria acordar cedo pela manhã. Entrei em casa, e logo senti um cheiro gostoso de carne assada, e algo que me lembrava batatas. Oh Deus! Como pude esquecer do Sr. Pauling e da Sra.Pauling? Passei pela sala de estar, silenciosamente, até meus saltos eu tirei, para não alertar que cheguei, até que ela me chamou:
- Linda! Que bom, que você chegou! – Disse Sra. Pauling, se virando para mim, com suas luvas anti-térmicas, se é que se chama assim. Estava a menos de um metro da escada,quando ela me viu,com os sapatos nas mãos. Envergonhada pela cena, eu apenas sorri.
-Por que, tirou os sapatos? – Disse ela olhando para meus pés.
- É que estavam apertados demais. Fiquei pasma com a facilidade para mentira.
- Ah, ta! – Disse ela virando-se novamente para piá.  
Já estava subindo o primeiro degrau, quando ela me interceptou de novo:
- Amor! Ganhamos à causa! Disse ela, tirando as luvas e vindo em minha direção. Decidi então me sentar no sofá, gesto que foi facilmente imitado pela senhorinha.
- Nossa família, está vindo comemorar! Fiz um jantar excepcional!Disse ela claramente radiante.
Meu semblante, claramente ficou desapontado, o que fez a senhora perguntar o porquê.
Como eu pude esquecer algo tão importante? Egoísmo de minha parte 2!
- E que um amigo me convidou para jantar, e eu aceitei. – Disse sem olhar nos olhos dela.
- Ah... - Disse a senhorinha claramente desapontada. Vendo isso, fiquei tão culpada que puxei meu celular de meu bolso e comecei a procurar Edward em minha agenda.
- Eu desmarco Senhora Pauling!
- Não, não! De jeito nenhum! – Disse a velhinha, pondo a mão na minha mão, que estava com o celular. – Eu sei que você anda muito cansada e estressada, e você não sai muito, então vá! Distrai-se um pouco! E eu sei que esse garoto te faz bem. Disse ela olhando para meu rosto, vendo se algo mudava, enquanto ela falava do tal menino.
- Não, não! Eu vou ficar hoje é um dia especial, ou melhor, uma noite especial!
- Eu insisto querida! Você é jovem, tem mais é que se divertir! Não merece ficar presa em casa, numa sexta-feira tão linda! – Disse, ela sorridente.
- A senhora tem certeza?- Disse levantando uma sombracelha, incrédula com a ação da nobre senhora.
- Toda certeza! Disse ela sorrindo.
  Eu tive que abraçá-la, ela era incrível, na ausência de minha mãe, ela era realmente uma mãe pra mim, e eu a considerava assim.
- Obrigada! – Disse, dando um beijo em seu rosto.
Fui correndo pelas escadas, já eram 19h00min e pouco, já estava meio atrasada! Precisava correr e achar uma roupa descente, uma que não tenha usado no trabalho. É vida de pobre é assim!
Olhei meu armário de cabo a rabo, até que achei! A última aquisição do meu quarda-roupa! Era um vestido preto em cima, e vermelho em baixo, com corações brancos, como se fosse uma blusa e saia. Me senti a própria Minnie,quando o  pus no corpo. Optei por deixar meu cabelo solto, coisa que eu raramente fazia,pus um rímel e um batom vermelho, e coloquei meu conjuntinho de pérola que mamãe me deu, e voilá! Estava pronta! Isso em menos de uma hora, Por que ainda tive que esperar Edward chegar.
Fui pra sala de estar onde estavam as duas filhas e o filho dos Pauling, todos conversando  e rindo com os pais, que seguravam o netinho único. Os cumprimentei, e dei um abraço no Senhor Pauling e até comecei uma conversa animada com Rachel, à filha mais nova, dois anos mais velha que eu, quando ouvi a campainha.
 Todos se calaram e olharam para a porta. Senti meu rosto arder e fui abrir a porta, me senti aliviada quando a Sra. Pauling começou um novo assunto e todos voltaram ao programa da família, esquecendo totalmente o meu. Abri a porta e a fechei rapidamente, não queria que vissem Edward e pensassem... Ah, você sabe! Ele podia apenas buzinar, né!
- Oi, Ed.!
- Oi Linda! Disse ele me olhando dos pés a cabeça.
- Vamos? – Perguntei ansiosa!
- Claro, mas só depois de você por seu casaco! – Disse ele tocando em meu rosto, que com certeza, estava gelado.
 Eu estava tão afobada para que os outros não vissem Edward, que me esqueci do casaco. Não era por que a noite estava linda, que ela iria parar de ser fria.
- Ah, é mesmo. – Disse me abraçando instintivamente.
 – Vou ali pegar! Após isso, entrei em casa e deixei a porta entreaberta, o que não impediu que Edward entrasse.
 Peguei meu casaco, atrás da porta, onde ficava o cabide de casacos, e quando me virei Edward estava ao meu lado. O que fez a desbocada, Rachel, abrir a matraca.
- Vamos, Ed.! – Disse baixinho, enroscando meu braço no dele.
- Hey, Linda!Não vai apresentar o namoradinho, não? Disse Rachel, com os olhos brilhando de curiosidade. Sra. Pauling lançou um olhar para Rachel, como se aquilo pudesse conter a língua da garota.
- Ele não é meu namorado, Rachel! – Disse rapidamente, sem olhar pra ela, temendo que o rubor viesse se assim o fizesse. Edward  como perfeito cavalheiro, que era se intrometeu vendo minha timidez: - Boa noite! Chamo-me Edward  Cooper, prazer em conhecê-los! Disse ele, feliz, feliz até demais pro meu gosto. Será que ele está pensando, que está ganhando terreno?
- E já estamos de saída, não é Edward? Olhei pra ele como se estivesse pedindo, ME TIRA DAQUI!
- Sim, sim estamos! Disse ele, retribuindo o olhar com mais intensidade que o meu. Aposto que na mente de Rachel, ela estava pensando “que climão”. Desviei o olhar, para dar boa noite aos meus parentes, digamos assim.

Quando entrei no carro, dei graças á Deus, estava saindo da zona de interrogatório. Estava me sentindo aliviada, até que Edward começou um.
- Linda! Você tem vergonha de mim? Disse ele desligando o motor, olhando direto pra mim.
- Não, de jeito nenhum, Ed.! Por que pensou isso? Disse olhando pra ele, com o olhar intrigado.
- Pelo jeito que você me tratou na frente dos seus familiares... – Disse ele, desviando o olhar.
- Ain, Ed.! Aquilo foi timidez, eu fiquei super constrangida, é a primeira vez que eu saio com um... Homem.
Ele me olhou perplexo.
- Desde que cheguei, é claro! Falei, sorrindo. Mas seu rosto não se aliviou.
- Se vamos começar isso, tem que começar bem...
  Dessa vez, me irritei e desejei a verdade na lata. – Começar o que, Edward?Estamos só saindo lembra?
 Juro que vi, uma pontada de realidade atingir seu rosto, que ficou normal como antes, ele demorou a responder.
- Sabe Linda? Andar com você, é como estar numa montanha-russa!
Não me contive, e soltei uma gargalhada; e ele riu junto, esquecendo a briga.
- Então, ta tudo bem? – Disse, enfim!
- Sussa na montanha-russa! – Disse ele rindo alto, então ele ligou o carro e fomos para nosso destino desconhecido.
 Durante o trajeto fomos conversando, mas nos intervalos da conversa, fiquei pensando na triste realidade da tal “montanha-russa”, um dia você está por baixo, outro por cima, um dia no céu outro no inferno. Era triste, mas era a única realidade que ele podia conhecer comigo, ainda. 

terça-feira, fevereiro 1

Voltas que a Vida Dá.

Cápitulo 2:    Eu nunca vi seu rosto, eu nunca ouvi sua voz, mas eu acho que gosto

A noite foi agitada, tive vários sonhos ao mesmo tempo, uma hora via o rosto de Edward, outra hora via minha família, tudo isso misturado, num turbilhão de cores. Até que o turbilhão parou e só vi dois olhos me fitando, dois lindos olhos azuis!
 Isso foi o suficiente para tirar meu sono, decidi, então, ir até a cozinha, para fazer uma boquinha, já fazia horas que não comia. Desci as escadas, o mais silenciosamente possível,não queria acordar o Sr. E a Sra. Pauling! Eles têm sido tão bons comigo, desde que cheguei aqui, eles tem me abrigado, pelo fato de terem uma casa razoavelmente grande e quartos vazios. Eles não viram problemas em alugar para moças solteiras.
 Andei até a cozinha, e fui checar a geladeira, á procura de algo gostoso para se comer.
Terminada á busca, peguei somente um copo de leite, e fui me sentar na bancada, que dá para a varanda, que estranhamente estava com as cortinas das janelas abertas, eles devem ter as esquecido, pensei.  Olhei para a lua, que estava incrivelmente linda aquela noite, e me lembrei daqueles olhos do meu sonho, os quais me seduziram a ponto de me perder em pensamentos ali parada na cozinha. Tão perdida,que nem percebi , Sra.Pauling se aproximar de mim, até que ela me tocou.
- Ah! Sra.Pauling! Você me assustou! – Instintivamente coloquei a mão em meu peito, estava disparado!
- Minha querida! Desculpe, não queria assustá-la! Disse a senhorinha, se sentando ao meu lado.
- Não se desculpe, está tudo bem... Pelo que vejo, não sou a única que perdeu o sono! – Disse sorrindo para a amável senhora.
- Não mesmo, você sabe, o Carl,é um trator dormindo,parece que estou dormindo com uma máquina  não com um homem! – Disse a senhorinha rindo!
Limitei-me, a apenas abrir um sorriso. Não era de bom tom falar mal de quem te hospeda!
- Mas, é a idade, todos os homens ficam assim com a idade!  - Ao falar do marido, seu olhar tornava-se meigo, como se ela ainda falasse do mesmo homem, de trinta anos atrás, algo que me impressionava muito. Isso era algo que eu admirava nela, o dom de amar profundamente as pessoas.

- AH, me lembrei, você viu os biscoitinhos que eu deixei para você, em cima da geladeira? Disse ela olhando para meu copo de leite.

- Não, não vi! - Levantei-me e fui pegar o pratinho, em cima da geladeira.
- Procurei por eles, na geladeira inteira! Disse, levantando o potinho, para que a senhorinha visse. Logo mordendo um. – Nossa! Está uma delícia, Sra. Pauling!
- Ain! Amor, obrigada! – Disse ela meio sem jeito.
- Minha mãe ligou?
- Sim, ela ligou duas vezes, a primeira vez, para saber se já tinha chegado e a segunda para saber se você já tinha acordado! – Disse sorrindo a senhorinha.
- Ótimo! Disse eu, mordiscando o último pedaço do último biscoito.
- Você estava com fome mesmo! De repente seu olhar ficou sério – Me diga por que a insônia?
- Ah, Sra.Pauling... Problemas no trabalho, cansaço e sonhos confusos! Ao dizer a última palavra soltou uma risadinha.
- Confusos? Anda sonhando com um menino? – Seus olhos voltaram à doçura anterior.
- É mais ou menos! Só com os olhos dele! Ao dizer a última frase, corei e baixei os olhos.
- é aquele menino, que trouxe hoje, não é? De repente seu olhar era de cumplicidade. O que me fez rir ao vê-los.
- Não longe disso. Sonhei com alguém que não conheço, na verdade só com os olhos. - Senti novamente, o calor em minhas bochechas, abaixei os olhos  e de novo, e só vi os dois lindos olhos azuis. O que me fez novamente viajar em pensamentos, onde ele era o único incluído.  
 Quando voltei, ao chão, vi  Sra. Pauling me encarando, com sua máscara de cumplicidade que não se desfez, devido ao meu encantamento repentino.
Totalmente envergonhada, disse: - Ah, Senhora! Já são três horas, já está na hora de dormir.
E sai correndo, sem nenhuma cerimônia escada acima, para meu quarto, onde podia ser eu mesma, sem medo, ou vergonha. 

segunda-feira, janeiro 31

Voltas que a Vida Dá.

Cápitulo 1:  ♪ Encontre-me no Equinócio, me encontre no meio do caminho.

Querido Diário!

Bem, como posso começar isso?!
  Afinal, não era nem para eu estar escrevendo aqui!  Meu sendo de maturidade grita. Que isso é bobo e deveras infantil. Mas, como estou sem ninguém para conversar, vai o senhor, mesmo. 

  Mais um dia frio e chuvoso, em Londres, a cidade da garoa. Desde que cheguei, não vejo dias ensolarados, só uma luz fraca e pálida ao amanhecer e ao entardecer, é o inverno que está vindo com tudo, nunca senti tanto...

- Oh, Meu Deus! Senhor Smith!  Olhando por cima de meu ombro esquerdo, me deparei com o rosto de meu chefe, não muito longe do meu, o  que me assustou, lógico! Com toda certeza, ele estava olhando para o que escrevia abaixo.

- Srta. Hammer! De repente, o homem se pos de pé. –Eu não sei como é no seu país, mas nós britânicos...
  Era como se as palavras se perdessem em minha mente, eu não estava dando ouvidos a ele, e nem a seu discurso patriota que eu tanto sei de cor. Pus minhas mãos nos olhos, para não ver aquela cena conhecida se repetir, novamente.

- Srta. Hammer? Está me ouvindo?
   Quando tirei a mão dos olhos, vi meu chefinho “careca”, como carinhosamente o apelidei, olhando para mim, com uma sombracelha erguida, possivelmente fazendo perguntas internas ao meu respeito.

- Sim, senhor! Perfeitamente!
Lembrando-me  do diário em minha mesa, rapidamente o cobri, com as duas mãos espalmadas sobre ele. Fazendo um barulho e uma montanha de folhas, voarem de minha mesa.  

O chefinho chegou mais perto de mim, e tirou minhas duas mãos do diário e disse: - Pelo que vejo esse caderno, Não é do hospital! Minha cara se ocupe com seus afazeres!
E depois disso  o chefinho de estatura mediana e careca, foi para seu “santuário”, como ele mesmo dizia; seu consultório na verdade.  

 “Viu diário, por que isso é idiota e deveras infantil”?

Após escrever isso, rasguei a folha do caderno, amassei e pus no lixo. Faltou pouco para a cena não ser dramática, se eu pusesse fogo no papel seria mais ainda, mas não pense que isso não passou por minha cabeça.

 Ai, Ai! Ser estagiária de um neurologista é fogo! Ainda, mais de um como o Senhor Smith, fixado em trabalho! Há dois meses, Estou nessa cidade gélida e nublada! Nunca pensei que ia sentir tanta falta da Flórida, pois eu também não gostava muito do calor, amava quando chovia, mas aqui é demais! Sentia falta dos verões quentes de lá, e dos invernos amistosos, sem se falar na minha família, pensava neles o dia todo!


Estou aqui á trabalho, terminei a faculdade de neurologia, há um ano e decidi então migrar para Inglaterra, para aprender com um dos melhores neurocirurgiões. É agora estou me especializando em neurocirurgia. Mas, não fique pensando que o Dr. Smith era o melhor, não ele não era ele só foi uma segunda opção que deu certo.

Desde então passo os dias inteiros, apreendendo e ganhando salário de estagiária, coisa que eu não poderia ser! Sou formada, oras! Mas, tudo bem, eu sei que algo de bom vai acontecer pra mim, mais cedo ou mais tarde.

Terminei meu serviço o mais rápido possível, e então pedi permissão para sair um pouquinho mais cedo para o carequinha. Ele deixou uma coisa que não acontece facilmente.

Eu estava abrindo a porta para sair, transbordando de alegria, imagina! Uma hora a mais em casa, até que o carequinha me chamou!

- Linda!
- Sim? Disse ainda de costas.
- Você sabe por que estou te despencando mais cedo, não é?
Fechei a porta, vendo que ele queria conversar, e me virei para responder: Por que eu fiz tudo certo e antes do horário? Disse, fazendo meu melhor sorriso.

- Correto. Mas não é só por isso. Eu percebi que você anda muito desligada e cansada ultimamente. Olha, eu não quero saber sobre sua vida noturna, o que você faz ou deixa de fazer. Eu só quero que você pare um pouco com as baladinhas e descanse mais, ok? 

Segurei-me na maçaneta, para não socar o homem, o que ele pensa de mim? Só falta insinuar que eu me drogo, agora!

- Ok, Senhor Smith! Posso ir agora? 
- Claro, vá!
  Saí, o mais rápido possível,para não voltar e falar umas boas verdades. Quando estava chegando, no hall de entrada, ouço meu nome ser chamado aos gritos!

- Linda!  Linda! – Já estava resmungando nomes proibidos, por ter minha saída adiada novamente,quando vi que era meu amigo do andar de baixo,Dr. Edward! E pelo semblante alegre e confiante, eu já sabia o que ele queria me dizer.

-Oi, Linda! Pois é a segunda vez que saímos juntos no mesmo horário, Você não acha que isso quer dizer alguma coisa?
- Olha, eu estou com um pressentimento bom! Disse isso fazendo um gesto com as mãos de quem não sabe!

- Será que esse pressentimento bom, não diz pra você aceitar sair comigo? Disse ele, piscando pra mim.  

Não resisti, e soltei uma gargalhada. – Ah, Ed.!  Bem que eu queria mais estou cansada e cheia de coisa pra fazer, em casa! Desculpe. - Essa era minha desculpa usual. 

- AH! Ta tudo bem.  – Disse Ed., não conseguindo disfarçar a frustração.

Tenho que confessar que fiquei com pena, mas eu sabia dos sentimentos dele e não queria magoá-lo mais do que já fiz. Mesmo assim, eu fiz!

- Mas, se você quiser oferecer uma carona, pra Linda aqui! Eu aceito! – Disse isso, sorrindo abertamente.

- Ok, vamos! – Disse ele, animado novamente.

O trajeto de volta para casa, foi tranqüilo e divertido. Edward era um rapaz bonito, tranqüilo, interessante e divertido! Tudo o que uma mulher pediu a Deus!
Sem falar em ser um jovem médico, formado em Dermatologia. Um ótimo rapaz, para se namorar e ainda por cima gostava de mim. Mas, ele para mim, era só um amigo, e sempre seria só isso! Infelizmente para ele!

- Chegamos!  Linda!
- Ok, obrigada, Edward!
E então ele me olhou com aqueles olhos lindos e pidões, que só ele sabe fazer. Não resisti e dei um beijinho no rosto dele. O que certamente, o fez ter esperanças... Tadinho!

- Tchau, até amanhã! – Disse, sorrindo
- Até! Disse ele, rapidamente desconcertado!
 Entrei em casa, comi um sanduíche e fui para cama, dormi em menos de cinco segundos!